A cultura longboard no Nordeste do Brasil

 No Nordeste, o lifestyle longboard se misturou com a cultura local dando origem a um estilo de vida que valoriza o surf, a natureza, boa comida e amigos.

Surfar em águas mornas o ano todo, almoçar um peixe à beira da praia e curtir um forró pé de serra ao cair do sol: o blend entre o lifestyle longboard e a cultura nordestina preza pela a simplicidade a alegria de viver.

Conectados com o global e o regional ao mesmo tempo, os amantes do pranchão no Nordeste conhecem as tendências mundiais na música e surfam em picos internacionais, mas não abrem mão do jeito espontâneo de levar a vida, a hospitalidade e as lindas praias da região.

Na história do longboard, de repente Califórnia

Falar de longboard é falar da própria história do surf, já que esse foi o primeiro modelo adotado pelos surfistas e era o único disponível até o final da década de 1960. Depois disso, as pranchas foram evoluindo e ficando menores, mas alguns surfistas continuaram optando pelas pranchas mais longas - disso, surgiu a categoria longboard.

cultura lomgboard no Nordeste


O surf clássico tem menos batida, é mais suave e consiste em surfar em harmonia com a onda, entender o que ela “pede”. O longboard clássico está baseado no “foot work”, em caminhar sobre o a prancha, controlar o peso e a inclinação.

Na gringa, esse estilo é muito presente, especialmente na Califórnia. Em praias como Malibu, Rincon, Blackies e San Onofre muitos surfistas adotam os modelos de prancha e um lifestyle do surf clássico.

No nosso Nordeste, o surf encontra o simples

O longboard é praticado em todo o Brasil e, no Nordeste, encontrou um blend perfeito com a cultura local.

Os dois mundos convergem quando o assunto é simplicidade. Os longboarders costumam adotar um estilo de surf menos focado em manobras no ar e mais voltado para aproveitar a experiência do surf, o contato com a água e a natureza. Menos é mais.

A cultura do longboard no Nordeste valoriza o contato com a natureza. Na região, o prazer de surfar vem acompanhado de paisagens fascinantes como as falésias da Praia do Madeiro e os extensos coqueirais de Maracaípe. Pode também contar com a presença de tartarugas e golfinhos, como acontece ocasionalmente na Praia da Pipa.

A alegria de viver e a conexão com as pessoas também são marcantes nesse lifestyle. Para Fabrício Sales, surfista e fundador do Free! Hostel, na Praia da Pipa, “não há nada como uma manhã de surf com o nascer do sol e um bom peixe à beira da praia, pescado por um amigo que você vê diariamente. Há um prazer e um afeto naquela pesca. Comer na beira da praia, um assado com os amigos: tem tudo a ver com o jeito clássico de surfar, com o Nordeste e a nossa forma calorosa de viver”.



Melhores picos de longboard no Nordeste

O longboard combina com ondas médias e pequenas, já que não privilegia as manobras aéreas. É mais fácil encontrar condições para o surf de long do que para modalidades de pranchas pequenas: um dia de ondas modestas é o suficiente para se divertir no long.

Quando os surfistas de progressivo disserem que “hoje não tem onda” ou “essa praia não dá onda” pode ser o dia e lugar excelentes para cair na água de longboard.

Algumas praias do Nordeste boas para a prática de long são:
 
  • Praia do Madeiro (Pipa, Rio Grande do Norte)
A praia potiguar é point para longboard, fishsboard, stand ups e mesmo para surfistas iniciantes, pois dificilmente as ondas passam dos 4 pés. Isso porque as ondas, após passar pelo banco de areia correm constantes e extensas.

O mar verde-esmeralda, de águas quentinhas, contrasta com as falésias que cercam a praia. Golfinhos ocasionalmente aparecem, principalmente pela manhã e são um encanto à parte na paisagem.


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  • Pontal (Baía Formosa, Rio Grande do Norte)

Baía Formosa é cercada de falésias e dunas que protegem a região dos ventos de sul e sudeste. As ondas variam de 2 a 8 pés (0,5 a 2,5 metros) e quebram o ano todo. A maioria dos picos tem fundo de pedras.

A cidade onde nasceu Ítalo Ferreira, medalha de ouro no surf nos Jogos Olímpicos de Tóquio, é considerada por Fabio Gouveia, um dos ícones do surf brasileiro dos anos 1990 e 2000, como uma das melhores ondas do Brasil.


  • Praia de Itacimirim (Camaçari, Bahia)

Localizada na região metropolitana de Salvador, Itacimirim é procurada por praticantes de long e surfistas iniciantes, pois tem ondas de pequenas a médias, principalmente no início do banco de areia. Na parte que há um banco de corais, as ondas são maiores e mais manobráveis.

A praia está Costa dos Coqueiros, e faz jus à localização. O extenso coqueiral agrada aqueles que gostam de surfar em contato com a natureza. Durante as férias e fins de semana, Itacimirim recebe muitos turistas, mas em outros dias, é uma vila pacata e tranquila.

Salvador e Praia do Forte são outros picos para o longboard bastante procurados na Bahia.

  • São Miguel do Gostoso (Rio Grande do Norte)

A 100 quilômetros da capital Natal, São Miguel do Gostoso tem aquela vibe de vila de pescadores, embora tenha uma boa estrutura de hospedagem e alimentação para os visitantes.

A praia é point de longboarders, que buscam as ondas suaves do local. São Miguel ainda é um lugar onde se pode praticar surf sem crowd, já que não é massivamente procurada por turistas. Os surfistas de long só dividem o mar com alguns praticantes de kite e windsurf, que vão em busca do vento constante que bate no local.

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  • Praia Principal de Jeri (Jericoacoara, Ceará)

Com ondas pequenas a médias e mar tranquilo, a praia central da vila é também onde há a maior concentração de barracas de praia e restaurantes. A menos de um quilômetro do centro fica a praia da Malhada: menos movimentada e com ondas maiores, é procurada principalmente pelos surfistas que curtem manobras mais ousadas.

A praia é palco do Jericoacoara Cultura Longboard Surf Festival, que acontece anualmente, em dezembro. Além da competição, o torneio promove atividades para o fortalecimento da cultura do surf e eventos de confraternização.

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A cultura longboard no Nordeste mistura natureza, surf e um jeito alegre de viver. A Parko tem peças que inspiram surfistas de todas as modalidades e regiões. Confira nossas criações em soulparko.com


A Parko agradece ao Rapha Alves, da Noflat Customs e ao Fabrício da Free! Hostel pelas informações super úteis para a matéria. Texto por Mila de Oliveira e fotos por Analice Diniz.










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